Algumas demoram anos para se manifestar, outras podem
provocar a morte até poucos dias depois do nascimento. As mais raras doenças
conhecidas pelo homem são aquelas causadas por “problemas de fábrica” – doenças
genéticas, provocadas por anormalidades em genes e cromossomos. O National Human Genome
Research Institute, nos EUA, conduz
pesquisas que ajudam a entender melhor as causas destas doenças e o seu
tratamento, e mantém em seu banco de dados vasta informação sobre avanços e
descobertas. A SUPER listou 7 destas raras doenças genéticas – conheça-as:
1. Síndrome de Chediak-Higashi
Menos de 200
pessoas no mundo foram identificadas com este distúrbio genético que
afeta o sistema imunológico, impedindo o corpo de se defender de vírus e bactérias.
Além das sérias infecções que geralmente provocam a morte dos pacientes ainda
na primeira década de vida, os afetados pela Síndrome de Chediak-Higashi também
são albinos e sofrem com hemorragias. Acredita-se que a doença é causada por
uma mutação no gene responsável pela regulação do transporte de materiais
dentro dos lisossomos, responsáveis por destruir substâncias tóxicas presentes
nas células. No entanto, como o quadro clínico da doença ainda não foi
completamente composto, a condição permanece enigmática.
2. Alcaptonúria
Esbarrar por acaso com alguém
que sofre desta rara doença genética não é fácil: a alcaptonúria afeta
apenas 1 pessoa em cada 1.000.000 de nascimentos. O quadro clínico é
causado por uma deficiência da enzima oxidase do ácido homogentísico, ácido
tóxico resultante do metabolismo da tirosina, um aminoácido importante para
construção de blocos de proteínas. O resultado da ausência dessa enzima é o
acumulo do ácido no organismo, principalmente em tecidos conectores, o que
causa artrite e fraturas ósseas. Para identificar a doença, um dos principais
indícios é a presença do ácido homogentísico na urina, que faz com que ela
fique escura quando em contato com o oxigênio. Problemas no coração, pedras nos
rins e na próstata são alguns dos outros sintomas causados pela Alcaptonúria
3. Síndrome de Hermansky-Pudlak
A mutação de pelo menos oito
genes está ligada ao desenvolvimento da Síndrome de Hermansky-Pudlak, doença
mais frequente em Porto Rico e nos Alpes suíços, que afeta entre 1 em 500.000
e 1 em 1.000.000 de indivíduos no mundo. Além de enfrentarem problemas no
funcionamento dos pulmões, intestino, rins e coração, os afetados pela Síndrome
sofrem também com a diminuição na pigmentação da pele (que causa albinismo) e
problemas de sangramento devido a uma deficiência no armazenamento de plaquetas
– que, como você aprendeu nas aulas de biologia, são fundamentais para a
coagulação do sangue.
4. Síndrome de Bardet-Biedl
Obesidade, polidactilia
(dedos extras nos pés ou nas mãos), deficiências no aprendizado, diabetes,
doenças renais e malformações cardíacas – estes são alguns dos sintomas nada
agradáveis da Síndrome de Bardet-Biedl (BBS), que atinge aproximadamente 1
pessoa a cada 160.000 nascimentos. Apesar de a doença ter sido descrita há mais
de 80 anos, apenas recentemente foi descoberto que a BBS pode ser causada por
mutações em pelo menos 12 genes, e o National Human Genome Research Institute conduz atualmente estudos para entender melhor suas
causas e desenvolvimento.
5. Doença de Gaucher
Uma deficiência na enzima
beta-glicosidase, responsável por digerir os lipídios presentes no interior das
células, é responsável pelo desenvolvimento da Doença de Gaucher. Sem essas
enzimas, o acúmulo dessas substâncias danifica órgãos e tecidos.
Aproximadamente 1 em cada 100.000 pessoas é afetada pela doença
genética que, além de provocar o aumento do fígado e do baço e a diminuição de
plaquetas, pode causar doenças ósseas, cirrose, fibrose e desconforto
abdominal. Em casos onde a doença se desenvolve antes do nascimento ou na
infância, pode causa inchaço, anormalidades na pele e sérios problemas
neurológicos, geralmente levando à morte.
6. Leucodistrofias
Se você assistiu ao filme O Óleo de Lorenzo provavelmente
já conhece um pouco sobre os problemas causados pela leucodistrofia, distúrbio
genético que causa a destruição da bainha de mielina – película que protege os
nervos e permite os impulsos nervosos. No longa-metragem, lançado em 1992 e
inspirado em fatos reais, o garoto Lorenzo sofre com adrenoleucodistrofia
(também conhecida como ADL), uma leucodistrofia que atinge aproximadamente 1 em
cada 50.000 indivíduos. Apesar
do óleo apresentado no longa ajudar a adiar ou reduzir os efeitos da doença, não
existe ainda um tratamento definitivo para as leucodistrofias e estudos estão
sendo conduzidos atualmente para entender melhor suas causas. Entre os sintomas
da doença estão problemas de percepção, disfunção adrenal, perda da memória, da
visão, da audição, da fala, deficiência de movimentos e demência.
7. Doença de Huntington
Você já deve ter ouvido por aí, mas saiba que lá
vem um pequeno spoiler: Remy Hadley, personagem do
seriado House mais conhecida como Treze, é portadora
de uma rara doença genética que atinge 3 ou 7 pessoas a cada 100.000.
A integrante da equipe do temperamental doutor-detetive sofre com um distúrbio
neurológico hereditário e degenerativo causado por uma mutação genética no
cromossoma 4. Este defeito tem como resultado a malformação da proteína
“huntington”, que se acumula no cérebro e causa a morte das células nervosas na
área responsável pela coordenação de movimento, e no córtex, que controla a
percepção, pensamento e memória – funções que são mais freqüentemente afetadas
com a progressão da doença cujos sintomas geralmente aparecem na vida adulta.




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