AGAPASM
Associação Gaúcha de Pais e Amigos dos Surdocegos e Multideficientes
Colegas do RS e Brasil. Estamos repassando nossa indignação, que pode ser a sua assim que ler esta mensagem. Indignação trazida pela colega Ana Lúcia mas que reflete a dura realidade de muitas outras pessoas neste imenso Brasil. Acompanho a indignação - manifestação de Ana Lúcia titulada "E viva a postura desrespeitosa do INEP/MEC". Fatos como este acontecidos com ela são de fato uma violência. Ela esta certa em escrever e se manifestar e acima de tudo em encaminhar sua indignação. Apoio a manifestação pois imaginemos se isso acontece com uma pessoa cega o que restará a uma pessoa surdocega? A uma pessoa com Doença Rara? E tantas outras que possuem enormes necessidades? É de fato aterrorizante. Espero que as autoridades do MEC, da SECADI e do Inep leiam esta mensagem. Abraços. Alex Garcia - Pessoa Surdocega
Olá pessoal. Se não bastasse o abandono do MEC para com os alunos cegos do ensino
Olá pessoal. Se não bastasse o abandono do MEC para com os alunos cegos do ensino
superior, vejam o que me aconteceu hoje ao realizar a prova do ENADE.
A minha prova foi solicitada em Braille, o que já significa que precisarei
de ledor/transcritor. Pois bem, minha prova veio conforme o solicitado.
Porém ao chegar no local, deparei-me com quatro pessoas que foram
disponibilizadas para ficar comigo. Nossa! cheguei a me sentir
tão importante!!!!
Importante? Ou idiota? Para que quatro pessoas? Vamos lá: dois aplicadores
e dois ledores/transcritores. Detalhe, o quarteto era simplesmente de
aprendizes. Problemas? Os dois ledores/transcritores estavam vendo o
braille pela primeira vez! Outro detalhe, ambos tomaram um curso pela
internet para serem ledores/transcritores e até aquele momento
não conheciam o braille. Então, imaginem qual a orientação dada a
eles: Embora eu soubesse escrever e ler o braille teria que ditar
minhas cinco questões dissertativas para que eles transcrevessem no caderno
de respostas. Será que alguém pode me explicar o novo significado
de transcritor? Até onde eu sei, o transcritor deve ter domínio do
braille pois sua função é transcrever o que o candidato escreveu em braille
e não copiar o que o candidato irá ditar. Pois bem, quando
reivindiquei junto a coordenação, a resposta que obtive é que procuraram
mas não encontraram alguém por aqui que soubesse o braille que não
tivesse nenhum vínculo comigo. Então coloquei que não iria ditar e sim
escrever minhas dissertações em braille e anexar ao caderno de respostas
pra que o INEP/MEC providenciasse a transcrição. A coordenadora saiu e
instantes depois voltou me tirando toda a concentração com o seguinte
recado: "Os representantes da CESGRANRIO disseram que você terá que ditar
suas questões para que os ledores coloquem no caderno de respostas pois
se você for escrever em braille no caderno irá danificar e você
tem disponível duas pessoas que estão qualificadas para te atender".
Me mantive firme e respondi que não, pois eu estava com as folhas de
papel adequadas e que iria escrever minhas questões em braille.
A coordenadora acatou porém disse que iria constar em ata. Observem que o
MEC está preocupando-se com quantidade e não com a qualidade dos fiscais,
ledores que disponibilizam para nós que optamos pelo braille, e que até
onde sei é um direito nosso. Paga-se a quatro pessoas para nos auxiliarem
mas não paga a uma, apenas uma que saiba o braille para fazer o serviço
como tem que ser. Daí pergunto: Será que no MEC tem algum funcionário que
seja cego total? Se afirmativo, será que ele é consultado sobre quais devem
ser os procedimentos para atender às necessidades de um candidato cego? Se
a prova foi solicitada em braille, será que não fica entendido que o
ledor/transcritor também tem que saber o braille? Acredito que o MEC está
precisando rever a forma pela qual vem executando as políticas de inclusão
pois ficarem sentados entre quatro paredes dentro de salas confortáveis não
ensina a ninguém como deve ser feita a verdadeira inclusão não! Nem títulos
de Drs ou seja lá o que for não são o suficiente para saber quais às
necessidades da pessoa com deficiência não! E só para acrescentar, eu não
fui a única a passar por isso não, as pessoas cegas daqui de Itabuna que
fizeram o ENEM foram tratadas da mesma forma. Penso que tá na hora dos
conferencistas aproveitarem o momento e brigarem pela qualidade dos
serviços que o MEC vem disponibilizando para as pessoas cegas pois não
temos que aceitar o que eles querem não! precisamos que as nossas
necessidades sejam atendidas de fato!
Ana Lúcia -
E não deixe de acessar....!!!
Abraços e obrigado!
Colegas as fotos de "Também somos seres humanos" agora estão no site Agapasm. Acesse http://www.agapasm.com. br/
e depois Menu Fotos. Observe: Se você perceber a foto "amassada" de um click na foto que esta abrirá corretamente!
Abraços e obrigado!
Alex Garcia
Pessoa Surdocega. Presidente da Agapasm. Coordenador do Núcleo Regional Rio Grande do Sul do Instituto Baresi. Escritor. Especialista em Educação Especial. Vencedor II Prêmio Sentidos. Rotariano Honorário - Rotary Club de São Luiz Gonzaga-RS. Líder Internacional para o Emprego de Pessoas com Deficiência Professional Program on International Leadership, Employment, and Disability (I-LEAD) Mobility International USA / MIUSA. Membro da World Federation of Deafblind - WFDB. Membro da Aliança Brasileira de Genética. Colunista da Revista REAÇÃO e do Portal Planeta Educação. Consultor da Rede Educativa Mundial - REDEM. Consultor Instituto Inclusão Brasil
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